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MOURISCAS - TERRAS E GENTES

Criado em 2004 para falar de Mouriscas e das suas gentes. Muitos artigos foram transferidos doutro espaço. Podem ter desaparecido parágrafos ou espaços entre palavras, mas, em geral, os conteúdos serão legíveis e compreensíveis.

MOURISCAS - TERRAS E GENTES

Criado em 2004 para falar de Mouriscas e das suas gentes. Muitos artigos foram transferidos doutro espaço. Podem ter desaparecido parágrafos ou espaços entre palavras, mas, em geral, os conteúdos serão legíveis e compreensíveis.

António Alves Bento (1)

19.12.10 | João Manuel Maia Alves
Ás do aeromodelismo
Redigido segundo a nova ortografia

Nos anos 50 do século passado realizaram-se grandiosos festejos de verão em Mouriscas, no Largo das Ferrarias. Peça fundamental das festas era o dancing, um estrado de madeira que servia de pista de dança e foi palco de atuação de inúmeros artistas que nos visitaram – e fomos visitados pelo que à época de melhor havia no nosso panorama artístico.

Nos anos 50 do século passado realizaram-se grandiosos festejos de verão em Mouriscas, no Largo das Ferrarias. Peça fundamental das festas era o dancing, um estrado de madeira que servia de pista de dança e foi palco de atuação de inúmeros artistas que nos visitaram – e fomos visitados pelo que à época de melhor havia no nosso panorama artístico.

/Aí por 1953 o dancing serviu para a exibição duma vedeta com dotes diferentes dos exibidos pelos artistas do espetáculo. Houve um anúncio e subiu ao dancing um homem bem apessoado e bem vestido, nos seus trinta anos. Tinha na mão um objeto – uma base onde estava montada qualquer coisa que com a outra mão pôs a funcionar, produzindo um zunido devido ao que parecia uma hélice. Virou-se em várias direções, mostrando o objeto na sua mão bem levantada.<p/>Esta é uma recordação do autor deste artigo, então muito jovem adolescente, que frequentemente se lembrava ao longo da vida do episódio, lamentando ter esquecido o nome do homem e as explicações dadas. Ficou a ideia de o homem dever ter queda para coisas de mecânica e ter inventado qualquer coisa que exigia uma boa dose de paciência e conhecimento. Ficou um mistério – quem era o homem e que máquina era aquela? Não havia esperança de alguma vez o mistério ser desvendado. Pois o que não era esperado aconteceu – o homem chamava-se António Alves Bento e fez a demonstração dum objeto de aeromodelismo. Fez a revelação José Pedro, primo de António Alves Bento, que sobre ele sugeriu um artigo. É de António Alves Bento que se fala neste artigo. Vamos primeiro ver o que é o aeromodelismo.<p/>Modelismo é a criação em escala reduzida de modelos de carros, navios, aviões, helicópteros, comboios, etc. Aeromodelismo é a modalidade de modelismo que tem como objetivo desenhar, construir e fazer voar modelos, em escala reduzida, chamados aeromodelos, de estruturas aeronáuticas e aeroespaciais (aviões, balões, foguetes etc.). Aeromodelista é o nome dado a uma pessoa que se dedica ao aeromodelismo. Existem várias categorias de aeromodelismo: voo circular controlado, no qual o aeromodelo fica ligado ao aeromodelista por meio de cabos; rádio controlado, em que o aeromodelo é controlado por meio de um rádio de controle remoto; voo livre, no qual o aeromodelo, depois de lançado, não sofre mais nenhuma interferência por parte do aeromodelista. Cada uma destas categorias divide-se em várias subcategorias.<p/><center><img alt="aeromodelo.jpg" src="http://motg.blogs.sapo.pt/arquivo/aeromodelo.jpg" width="250" height="188" border="0" /></center><p/><font size="1"><center>Aeromodelo</center></font><p/>O aeromodeslimo é um desporto educativo que estimula a criatividade, o raciocínio, a capacidade de reação e a rapidez de movimentos. Requer paciência e concentração. Proporciona conhecimentos de física. Os motores dos aeromodelos são verdadeiros motores, que obedecem a complexos princípios mecânicos. O aeromodelismo proporciona importantes conhecimentos de mecânica e eletrónica. O aeromodelismo é, sem dúvida, um desporto de cultura.<p/>João Gouveia parece ter sido o primeiro aeromodelista português. Datam de 1907 os seus primeiros trabalhos concretos relacionados com o aeromodelismo. Curiosamente, em 1944 ainda estava ativo e registou a patente duma sua invenção.<p/>O aeromodelismo é promovido à escala mundial pela Federação Aeronáutica Internacional. Durante vários anos ficou ligado em Portugal ao Aero Clube de Portugal. Em 1986, foi constituída a Federação Portuguesa de Aeromodelismo. Há no país vários clubes de aeromodelismo. Realizam-se a nível nacional e internacional festivais e campeonatos de aeromodelismo.<p/>Agora que temos uma ideia do que é o aeromodelismo, falemos de António Alves Bento.<p/>António Alves Bento nasceu em 23 de agosto de 1921, na Fonte Velha, lugar de Mouriscas um pouco acima das Ferrarias, perto da estrada do Sardoal. Faleceu em Lisboa em 11 de agosto do corrente ano de 2010, com 88 anos. Foram seus pais Manuel Alves Bento e Joaquina de Oliveira. O pai, alfaiate de profissão, homem duma grande distinção que muitos recordarão, foi mencionado no artigo <i>Alcínio Serras - charadista mourisquense</i>, como charadista que usou o pseudónimo de Elvesto. Além de se dedicar às charadas também fazia versos. <p/>António Alves Bento deslocou-se com a família para Lisboa depois de frequentar em Mouriscas a instrução primária. Na capital estudou na Escola Industrial Machado de Castro, onde se salientou como desenhador de máquinas. Exerceu a profissão de torneiro mecânico e trabalhou em oficinas na área das bombas de injeção para motores diesel. Mais tarde montou a sua própria oficina e passou a fornecer a lojas e a outras oficinas elementos de alta precisão que fabricava.<p/>Em 1952 um amante do aeromodelismo chamado José Carlos Rodrigues procurou na montra duma loja da Rua do Ouro, em Lisboa, novidades da modalidade. Ficou intrigado com um motor da marca <i>Bentex</i>, de que nunca tinha ouvido falar. Um empregado explicou que era dum senhor chamado Bento, torneiro de precisão que fazia motores de um centímetro e meio.O sr. Bento era o mourisquense António Alves Bento, com quem José Carlos Rodrigues entrou em contacto, convidando-o para sócio do Clube de Aeromodelismo de Lisboa, que iria nascer ainda nesse ano.<p/>António Alves Bento foi o sócio fundador n.º 11 do Clube de Aeromodelismo de Lisboa. Em 1954 esta coletividade instituiu um troféu para premiar o «melhor aeromodelista do ano», com o intuito de estimular o interesse por algumas categorias. O troféu foi atribuído a António Alves Bento. No final do ano, deslocava-se a Madrid a primeira representação oficial de aeromodelistas, constituída por António Alves Bento e mais três pessoas.<p/><center><img alt="AABento.jpg" src="http://motg.blogs.sapo.pt/arquivo/AABento.jpg" width="239" height="309" border="0" /></center><p/><font size="1"><center>António Alves Bento</center></font><p/>O já referido José Carlos Rodrigues diz que foi uma felicidade ter encontrado António Alves Bento e que a ele se ficou a dever o enorme êxito inicial do Clube de Aeromodelismo de Lisboa na área do aeromodelismo com motor. Uma das grandes dificuldades era pôr em marcha um motor e nada disso tinha dificuldades para ele. José Carlos Rodrigues refere-se a António Alves Bento como “o mecânico de todos nós”. Diz mais que foi campeoníssimo durante alguns anos em várias modalidades e, de 1960 a 1964, foi elemento de muita valia no Centro Técnico de Aeromodelismo da Mocidade Portuguesa e secretário da Mesa da Assembleia Geral do Clube de Aeromodelismo de Lisboa. Para quem não sabe ou não se lembra, a Mocidade Portuguesa era a organização de juventude do regime político anterior. Políticas aparte, teve iniciativas interessantes. Outros elogios tece José Carlos Rodrigues sobre António Alves Bento. Reparemos neste: “Na década de 50 foi dos melhores praticantes de Voo Livre e dos poucos capazes de afinar corretamente um modelo de F1C (motomodelos). “<p/>António Alves Bento figura no sítio na Internet do Clube de Aeromodelismo de Lisboa como uma de nove personalidades consideradas relevantes no aeromodelismo nacional. Vale a pena visitar essa página e ler as elogiosas referências a este aeromodelista mourisquense. Podem ler-se clicando em <a href=" http://clubeaerolisboa.no.sapo.pt/galeria%20h-1/Bento1.htm"><font color="#FF00FF">http://clubeaerolisboa.no.sapo.pt/galeria%20h-1/Bento1.htm"i</a></font>.<p/>O que se segue em itálico é uma transcrição, com a devida vénia, do sítio na Internet do Clube de Aeromodelismo de Lisboa.<p/><i>A atividade desportiva de António Bento, nos anos 50 e 60, pode resumir-se nesta notável lista:<p/><ul><li>1952 – Integra a primeira saída dos sócios do Clube de Aeromodelismo de Lisboa, para Alverca, em 2 de Novembro, com o modelo de voo circular Vandiver, equipado com o seu motor Bentex. </li><li>1953 – Treina no Aeroporto de Lisboa com o seu modelo protótipo de voo circular Bentix. </li><li>1953 – Setembro, no Torneio Intersócios de Voo Circular, comemorativo do 1.º Aniversário do Clube de Aeromodelismo de Lisboa, vence a Classe I de Velocidade com um modelo protótipo, equipado com um motor de 1,8 cc, também de sua criação. </li> <li>1954 – Maio, no II Campeonato de Lisboa, 1.º em Motomodelos e 1.º em Planadores. </li><li>1954 – V Nacional, Campeão Nacional de Motomodelos e 2.º em Wakefield. </li><li>1954 – Concurso Internacional de Madrid, 2.º em Wakefield. </li> 1954 – Melhor aeromodelista do ano, vencendo a maior parte das provas realizadas na série de 45 Torneios que, nesse ano, estavam calendarizados para o efeito. </li><li>1955 – VI Nacional, 1.º em Wakefield e 1.º em Motomodelos. </li> <li>1955 – III Campeonato de Lisboa, 1.º em Wakefield. </li><li>1955 – I Campeonato Ibérico, 2.º em Motomodelos. </li><li>1956 – VII Nacional, 1.º em Wakefield. </li><li>1956 – Campeão de Lisboa em Wakefield e Motomodelos e 3.º em Acrobacia. <li>1956 – 1.º em Motomodelos PAA Load. </li><li>1957 – IV Campeonato de Lisboa. </li><li>1957 – VIII Nacional, 1.º em Wakefield e 1.º em Motomodelos. </li> <li>1958 – IX Campeonato Nacional, 1.º em Wakefield. </li><li>1960 – XI Nacional, 2.º em Wakefield e 3.º em Motomodelos. </li> <li>1960 – VIII Campeonato de Lisboa, 1.º em Wakefield. </li><li>1961 – IX Campeonato de Lisboa, 1.º em Wakefield. </li><li>1963 – XIV Nacional, 6.º em Motomodelos. </li> </ul><p/>A partir daqui a sua actividade começa a diminuir, mas, em 1985, ainda o vemos a participar na Taça de Outono, onde obtém o 2.º lugar na categoria F3B, e a fazer parte do júri do Troféu António Janeiro. </i><p/>Várias pessoas manifestaram o seu pesar pela morte de António Alves Bento. Uma delas foi o conhecido homem da rádio e da televisão Júlio Isidro, que escreveu o que se segue em itálico.<p/><i><p>Foi com muita tristeza que tomei conhecimento da partida do senhor Bento (assim o tratava, quando caloiro no aeromodelismo, lhe pedia alguns conselhos ou ajuda) para o seu último voo. <p/><p>Partiu mais um dos meus heróis e com ele partem também memórias dos sonhos, alegrias e projetos de um tempo inesquecível. <p/><p>O aeromodelista e o homem que agora partiu, deixa mais um lugar vazio no meu presente, quando assisto ao passado a desvanecer-se. <p/><p>Para si e para toda a família do senhor Bento, a minha homenagem que só não concretizo pessoalmente porque estou de férias e só nesta noite soube da triste notícia. <p/><p>Que ele descanse em paz enquanto eu guardarei ainda com mais carinho uma hélice BENTEX que um dia rodou num modelo meu. <p/><p>Cumprimentos sentidos do<p/><p>Julio Isidro</i><p/>Outro significativa mensagem foi enviada à família a partir dos Açores por Fernando Teixeira. Pode-se ler a seguir, em itálico. <p/><i><p>Só neste momento tomei conhecimento do passamento do nosso tão querido Bento. Mesmo que tivesse sabido do infausto acontecimento mais cedo, infelizmente não poderia ter-me associado às suas exéquias fúnebres visto, atualmente, estar a residir nos Açores. Que Deus dê o eterno descanso ao nosso Amigo António Bento, não o “bento” que assopra, como diziam os nossos companheiros do Porto, mas o Bento dos motomodelos. O António Bento dos célebres motores Bentex, aquelas mãos de ouro que sempre nos habituámos a respeitar, aquele Amigo que sabia muito mais do que nós e estava sempre pronto a ensinar. Afinal ele foi da primeira geração, eu da segunda geração de aeromodelista do CAL. Apesar dos vinte anos de diferença de idade entre ambos sempre tivemos um trato fácil dada a nobreza de caráter do António. <p/> <p>Tenho a certeza que o António Bento partiu para a sua derradeira viagem com uma vida bem cheia. Felizes aqueles que podem partir desta maneira. Sei que para a família é sempre difícil ver partir um ente tão querido. É a lei da vida. Estou convosco neste momento triste. Assim, envio-lhe os meus mais sentidos pêsames que agradeço que transmita a todos os restantes familiares. <p/><p>Que o nosso querido António Bento descanse em paz. <p/></i> Outros testemunhos bem demonstrativos do reconhecimento dos seus méritos de Anttónio Alves Bento e da saudade que deixou poderiam ser citados. Também o referido José Carlos Rodrigues prestou uma significativa e comovente homenagem a António Alves Bento depois da sua morte. Consta dum outro artigo deste blogue.<p/>Foi um ás do aeromodelismo. Foi um exemplo de rigor, persistência e trabalho. António Alves Bento foi o seu nome. Mouriscas o viu nascer. Obrigado, António Alves Bento!<p/>* Autor deste artigo: João Manuel Maia Alves, que deseja agradecer a José de Oliveira Gonçalves Pedro pela sugestão do artigo e pelas informações prestadas, a Graça Bento, filha de António Alves Bento, pelos materiais fornecidos e ao Clube de Aeromodelismo de Lisboa por amavelmente ter colocado o conteúdo do seu <i>site</i> à disposição.

António Alves Bento (2)

19.12.10 | João Manuel Maia Alves
Por José Carlos Rodrigues

Fui quase conterrâneo (nasci em Mação, na típica Rua de S. Bento) e grande amigo do mourisquense António Alves Bento e, como ele, um ferrenho praticante de Aeromodelismo, a modalidade desportiva a que, na altura, chamávamos “desporto-ciência”.

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O autor, de joelhos, e António Bento. de pé, junto duma Fortaleza B29

Hoje, já não é tão ciência como isso, porque os aeromodelistas deixaram de desenhar e construir os seus próprios modelos, de raiz, e passaram a comprá-los nas lojas da especialidade já prontinhos a voar.

Eu já conhecia a “demonstração” que o António Bento fez nas Festas de Mouriscas, quando subiu ao dancing para mostrar como funcionava um pequeno motor de explosão, desenhado e construído por si, e que deixou toda a gente admirada por verem aquele pequeno engenho a atingir mais de dez mil rotações por minuto.

Foi por causa desse “grande êxito” obtido em Mouriscas que o António Bento me propôs que levássemos a nossa equipa de aeromodelismo ao novo campo de futebol do Mação para aí fazermos uma demonstração das nossas habilidades.

Foi um sucesso! À volta do campo, que ainda não estava relvado e nem tinha bancadas, longe disso, estaria com certeza muita gente das Mouriscas, porque a multidão era mais que muita. A demonstração foi assim como que uma coisa de circo, com detalhadas explicações sobre o que se estava a passar, saídas de potentes altifalantes que a Câmara Municipal mandou colocar expressamente para o acto.

Foram demonstradas várias modalidades de Voo Circular: velocidade (modelos voando a mais de 150 kms. por hora), acrobacia, combate e corridas de equipa e até houve voos com motores a jacto. O Voo Circular é assim: o aeromodelista está no meio do terreno e maneja um punho especial do qual saem dois fios de aço muito finos que mal se vêem (cerca de 2 décimos de mm de diâmetro) com 16 metros de comprimento e que entram por uma asa do modelo. São esses fios que, através de alavancas no interior do aparelho, vão comandar os lemes de profundidade que fazem subir ou descer o pequeno avião na trajectória circular que descreve.

Hoje, o Voo Circular cedeu o seu lugar ao Voo Radiocontrolado, que não necessita de terreno adequado e é muito mais espectacular.

Mas, além do Voo Circular e apesar de estarmos rodeados por uma enorme mata de pinheiros, o António Bento fez questão de lançar um modelo de Voo Livre, que rapidamente voou para longe e só meses depois foi encontrado num pinhal para os lados do Monte Penedo.

No dia seguinte, a brincadeira dos miúdos do Mação era fazerem corridas, Rua da Ladeira abaixo, com pequenos “aviões” que eram, simplesmente, duas pequenas canas cruzadas e nós, todos os 5 da equipa, éramos profusamente cumprimentados no Café Central como “heróis do momento”.

Isto lembrava-nos o hábito que, na altura, os pilotos de Aviação tinham de, sempre que podiam, irem sobrevoar as suas aldeias, fazendo umas acrobacias que punham toda a gente a olharem embasbacados para cima e, assim, provavam que eram os maiores!

Mas, ainda sobre António Bento e esgaravatando no caixote de antigas fotografias das lides aeromodelísticas, vieram-me à lembrança aquelas alvoradas no Aeródromo de Alverca, quando chegávamos com os nossos aeromodelos no comboio das 7 da manhã. Nós todos encasacados, arrepiados com o frio cortante da madrugada, e o António Bento, casaco para o chão, a arregaçar as mangas da camisa para pôr a trabalhar todos os nossos motores, um a um, pois nós não tínhamos ainda sabedoria suficiente para o fazer. Só depois de nos ter despachado a “aquecer motores” e nos ter ajudado nos nossos treinos é que ele ia tratar dos seus aeromodelos.

Mas não era só no campo que prestava apoio a todos que necessitavam. Quando algum aeromodelista precisava de uma peça metálica para o nariz de um hélice, para um escape de motor, para umas jantes de um avião à escala, lá estava ele manuseando com a maior maestria o seu torno de precisão para satisfazer o amigo.

Ao remexer estas lembranças fui-me emocionando com a recordação destes momentos felizes e da imagem do grande amigo que foi o António Bento, que nos deixou a maior saudade quando partiu para sempre.

António Alves Bento, um homem raro!

* O administrador deste blogue sente-me extremamente honrado com a publicação deste eloquente testemunho sobre António Alves Bento. Muito obrigado, José Carlos Rodrigues.