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MOURISCAS - TERRAS E GENTES

Criado em 2004 para falar de Mouriscas e das suas gentes. Muitos artigos foram transferidos doutro espaço. Podem ter desaparecido parágrafos ou espaços entre palavras, mas, em geral, os conteúdos serão legíveis e compreensíveis.

MOURISCAS - TERRAS E GENTES

Criado em 2004 para falar de Mouriscas e das suas gentes. Muitos artigos foram transferidos doutro espaço. Podem ter desaparecido parágrafos ou espaços entre palavras, mas, em geral, os conteúdos serão legíveis e compreensíveis.

Otília Rosa Pascoal lança livro

30.01.08 | João Manuel Maia Alves
o_rosa_pascoal.JPGNo passado verão a mourisquense Otília Rosa Pascoal lançou o livro “Recordações e Tradições”.Damos os nossos parabéns a Otília Rosa Pascoal. Quem dera que o seu exemplo fosse seguido. Há muita gente em Mouriscas com histórias interessantes ou com trabalhos em verso ou prosa que mereciam ser conhecidos. Para quem não se queira aventurar a publicar em livro temos hoje esse poderoso meio que é a Internet.Com a devida vénia transcrevemos a contracapa do livro para dar a conhecer um pouco da autora e da obra.Nasceu em 1931 num ambiente de pouca cultura. Teve apenas três anos de escolaridade, que bem contados seriam bem menos, pois morava a três quilómetros da escola e quando dava as nove horas na torre da igreja voltava para trás para se livrar de uma ou mais reguadas que a professora não perdoava. E foi esse o medo de continuar na escola. Seu pai não sabia ler mas a sua mãe sabia, pois andou na costura, e a mestra, até ao meio-dia ensinava a ler, da parte da tarde era a costura. A mãe dizia que a prenda melhor que se podia dar aos filhos era mandá-los à escola para aprender a ler e a escrever. Ela não tinha livros, os livros dela eram os do irmão, mais velho, mas quando ouvia alguma poesia ou quadra não deixava de a ler. Mesmo em pequena gostava de fazer poesia. Houve tempo em que fazia poemas para um grupo de teatro amador, consolando assim a sua boa vontade. Sempre que lhe apetecia fazia uma quadra ou um poema que ia guardando numa gaveta, e foi assim que começou a fazer um livro com todas estas suas memórias, até que estava um pequeno livro redigido, mas pensando ser só para ela, facultando a sua leitura a amigos e família, no entanto, quando o deu a ler todos se interessaram em adquirir um exemplar.Acaba aqui a transcrição. É altura de sabermos um pouco do conteúdo do livro de Otília Rosa Pascoal. Fica para o próximo artigo.

Dr. Carlos Alberto Santana Maia homenageado

06.01.08 | João Manuel Maia Alves
O ilustre mourisquense Dr. Carlos Alberto Santana Maia foi alvo de significativa homenagem do governo. Dela nos fala o seguinte artigo de 8-12-2007 do “"DIÁRIO As Beiras"”, que, com a devida vénia, transcrevemos.

Rute Melo

Cantanhede

O médico, o político, o cidadão

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Santana Maia foi ontem agraciado pelo ministro da Saúde com a atribuição da medalha de ouro de Serviços Distintos do Ministério da Saúde.

Numa homenagem que juntou um vasto conjunto de personalidades políticas do país, Santana Maia viu ontem reconhecido o seu trabalho e o papel que desempenhou, nos últimos anos, como presidente do conselho de administração do Centro de Medicina e Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais (CMRRC-RP). Aproximando-se a hora de abandonar funções, por limite de idade, Santana Maia foi galardoado com a entrega da Medalha de Serviços Distintos do Ministério da Saúde – Grau Ouro, numa cerimónia presidida pelo ministro da Saúde, Correia de Campos.

Após a visita a algumas das instalações do Centro, o ministro da Saúde começou por justificar a ausência de José Sócrates, que “queria estar presente, mas foi impedido pela Cimeira Europa-África”. Contudo, o líder do Governo enviou uma mensagem que destacou o “trabalho e acção cívica em Portugal”, por parte de Santana Maia.

No seu discurso, Correia de Campos realçou as inúmeras pessoas que ontem marcaram presença na cerimónia, gracejando: “será difícil os dirigentes do Ministério da Saúde chegarem à idade da reforma e terem presentes um lote de amigos tão grande como os que aqui estão”.

Para Correia de Campos, o médico Santana Maia foi “um distinto internista”. Tinha “uma carreira promissora na Universidade de Coimbra”, contudo, com a criação do Centro Hospitalar, por parte de Bissaya Barreto, “esteve na linha da frente e mudou-se”. Essa mudança implicou “a saída dos corredores estreitos da então estreita Universidade de Coimbra” e permitiu que tenha tido “grande intervenção na sociedade”, disse o ministro.

Lembrando as suas acções enquanto autarca, governador civil e responsável pelo cargo que agora vai deixar, Correia de Campos destacou também a sua persistência: “a postura do dr. Santana Maia era única, pois sentava-se na sala de espera e esperava que saísse o despacho e enquanto não saísse não saía do local”. Considerando que o clínico é “um cidadão ilustre”, o ministro referiu que tal ficou patente com a entrega, por parte do Governo, “do galardão máximo”.

Ainda na opinião do ministro, e em declarações aos jornalistas, Santana Maia foi um homem que se destacou como “homem, cidadão, médico e político” e, embora todas elas sejam qualidades “complementares”, o clínico teve a “capacidade de, além de tudo, de fazer amizades. Contudo, Correia de Campos salientou que ter-se-á destacado essencialmente “como cidadão”, pois na cidadania “reside tudo e o seu apego a fazer coisas pelo bem de todos”. Embora também tenha sido político e sem nunca esquecer a saúde, o titular da pasta da saúde afirmou: “utilizou-a para alcançar os seus fins, o que mostra que foi uma pessoa inteligente e que soube aproveitar bem a possibilidade que a política trouxe, que a sua carreira profissional lhe deu, para poder juntar e levar a bom termo as actividades que empreendeu”.

Olhos postos no futuro

Em dia de homenagem, o futuro do Centro de Medicina e Reabilitação do Centro não foi esquecido. Agora que Teixeira Veríssimo vai assumir o “leme do barco”, Correia de Campos disse que foi deixada a “estrada para o futuro” e que o caminho “está rasgado” para os novos responsáveis e todos os colaboradores da instituição. Porque “há um enorme espaço de progresso nesta casa”, o ministro salientou que “há que dar o salto”, não sendo necessário “bater à porta do Ministério da Saúde”. Trata-se de um património “muito rico” que necessita de um “plano estratégico, quanto mais depressa melhor, porque se ninguém o fizer “alguém o vai fazer por vós”, afirmou Correia de Campos.“Definam o plano estratégico e recrutem as pessoas necessárias para esse plano”. A partir de agora, o novo presidente do conselho de administração do Centro possui fica com “um capital intocável”, como tal, é necessário “ter iniciativa e lembrarem-se da persistência”, aconselhou o ministro.

Em dia de despedida, e visivelmente satisfeito com as homenagens prestadas, as presenças e as mensagens enviadas pelos que não puderam assistir à cerimónia, Santana Maia, que viu o seu nome ser atribuído ao pavilhão do serviço de ambulatório, lembrou o seu percurso na instituição. Foi em 1998 que Santana Maia assumiu o cargo de presidente da comissão instaladora da unidade de saúde, e quatro anos mais tarde, foi nomeado presidente de conselho de administração do CMRRC – RP, o que voltou a suceder em 2004. Agora, numa altura em que abandonou o cargo por ter atingido o limite de idade, Santana Maia recordou a reconversão do Hospital Rovisco Pais. Saindo do CMRRC-RP com a certeza do “dever cumprido”, Santana Maia não vai parar, uma vez que se vai manter no cargo de presidente do núcleo de Coimbra da Cruz Vermelha Portuguesa.

Este blogue deseja expressar os seus agradecimentos ao "“DIÁRIO As Beiras"” pela autorização de transcrição da notícia. Agradecimentos também ao mourisquense António Louro que nos enviou notícia do mesmo jornal sobre a homenagem que iria ser prestada ao Dr. Carlos Alberto Santana Maia.