Falar mourisquense (14)
29.10.07 | João Manuel Maia Alves
ENTREGAR Manter-se em pé ou na posição vertical (Estava tão bêbado que nem entregava. Este cântaro está gasto por baixo e não entrega.)
NÂO OUVES? NÂO OUVE? Não é exactamente uma pergunta, mas uma introdução ao que se vai dizer ou perguntar. Equivale a escuta o que te digo ou escute o que lhe digo. (Não ouve? Se fosse a si, comprava a casa do seu tio. Não ouves? Aquelas partilhas vão deixar todos zangados.)
PRATO DE LEVAR E TRAZER Bisbilhoteiro, pessoa que num lado ouve ou vê o que se passa para ir contar noutro. (Ela serve de parto de levar e trazer entre as duas famílias. Não se vêem nem se falam, mas andam bem informadas uma da outra.)
METER VENENO Deteriorar relações, dando em segredo a uma ou mais pessoas informações ou incitando a certas acções. (Ela e a mulher começaram a dar-se mal quando a mãe dele foi morar com eles e começou a meter veneno.)
QUESTÃ Questão. (Eles não se entenderam nas partilhas. A questã foi resolvida no tribunal. Noutros tempos por uma questã de água da rega ou de divisão de bens, faziam-se inimigos para toda a vida e matavam-se pessoas,)
VOMECÊ Vossemecê. Continua a ouvir-se frequentemente em Mouriscas. (Que é que vomecê quer? Vomecê já se vai deitar?)
TIO, TIA Senhor, senhora, mas de uso mais informal. (Quem és tu, meu menino? És filho do tio João Mendes? Não, sou filho do tio Lúcio Farinha.)
VOSSO, VOSSA Quando alguém se referia a familiares próximos da pessoa com quem falava, era usual usar vosso e vossa em vez de teu e tua, mesmo que falasse com pessoa muito mais nova e a tratasse por tu. Ainda não se perdeu este uso. (Sou muito mais velho que tu. Ainda andei na escola com o vosso pai.)
PANCADISTA Que tem pancada, mania, excentricidade. (Para onde quer que vai transporta à mão uma mala grande. Usa sempre um chapéu com abas muito grandes e óculos escuros. É pancadista de todo.)
VENTANEIRA Que muda fácil ou frequentemente de opinião. (Hoje diz uma coisa, amanhã outra. É um ventaneira.)
PANTOMINEIRO Vigarista, indivíduo pouco sério. (Ninguém gosta de fazer negócios com ele. Tem fama de pantomineiro.)
NÂO OUVES? NÂO OUVE? Não é exactamente uma pergunta, mas uma introdução ao que se vai dizer ou perguntar. Equivale a escuta o que te digo ou escute o que lhe digo. (Não ouve? Se fosse a si, comprava a casa do seu tio. Não ouves? Aquelas partilhas vão deixar todos zangados.)
PRATO DE LEVAR E TRAZER Bisbilhoteiro, pessoa que num lado ouve ou vê o que se passa para ir contar noutro. (Ela serve de parto de levar e trazer entre as duas famílias. Não se vêem nem se falam, mas andam bem informadas uma da outra.)
METER VENENO Deteriorar relações, dando em segredo a uma ou mais pessoas informações ou incitando a certas acções. (Ela e a mulher começaram a dar-se mal quando a mãe dele foi morar com eles e começou a meter veneno.)
QUESTÃ Questão. (Eles não se entenderam nas partilhas. A questã foi resolvida no tribunal. Noutros tempos por uma questã de água da rega ou de divisão de bens, faziam-se inimigos para toda a vida e matavam-se pessoas,)
VOMECÊ Vossemecê. Continua a ouvir-se frequentemente em Mouriscas. (Que é que vomecê quer? Vomecê já se vai deitar?)
TIO, TIA Senhor, senhora, mas de uso mais informal. (Quem és tu, meu menino? És filho do tio João Mendes? Não, sou filho do tio Lúcio Farinha.)
VOSSO, VOSSA Quando alguém se referia a familiares próximos da pessoa com quem falava, era usual usar vosso e vossa em vez de teu e tua, mesmo que falasse com pessoa muito mais nova e a tratasse por tu. Ainda não se perdeu este uso. (Sou muito mais velho que tu. Ainda andei na escola com o vosso pai.)
PANCADISTA Que tem pancada, mania, excentricidade. (Para onde quer que vai transporta à mão uma mala grande. Usa sempre um chapéu com abas muito grandes e óculos escuros. É pancadista de todo.)
VENTANEIRA Que muda fácil ou frequentemente de opinião. (Hoje diz uma coisa, amanhã outra. É um ventaneira.)
PANTOMINEIRO Vigarista, indivíduo pouco sério. (Ninguém gosta de fazer negócios com ele. Tem fama de pantomineiro.)