Falar mourisquense (5)
29.03.06 | João Manuel Maia Alves
Vejamos mais alguns termos de Mouriscas.
PANTAR Pôr. (No meu tempo trabalhava-se desde que o sol nascia até que se pantava.)
FULESTRIA Proeza. Usa-se ironicamente, isto é para diminuir o valor do que alguém fez ou conseguiu. (Que grande fulestria ele ter comprado a pronto aquela casa grande! O pai deixou-o cheio de dinheiro.)
MAL DE CANGA, PIOR DE ARADO Indica que uma situação não é melhor que outra anterior. (Estava mal sozinha. Em casa dos filhos a doença piorou. Mal de canga, pior de arado.)
BOTICA Farmácia, medicamento. Estes significados estão hoje esquecidos. (Ele tem andado a tomar botica para a doença. Comprei na botica um remédio para a tosse.)
GALHOUFEIRO Uso semelhante ao de galhardo em frases em que se comenta uma situação cómica ou crítica. (O carro está atolado e ninguém o consegue puxar. Ela está galhoufeira!)
LAMBÃO, LAMBOEIRA Preguiçoso. Preguiça. (Nunca fez nada. É um lambão. Em vez de cuidar das fazendas que lhe deixaram entregou-se à lamboeira.)
LANZEIRA Preguiça. (Estou com uma lanzeira tão grande que nem me apetece levantar-me.)
JUM Jejum. (Tenho que ir em jum fazer umas análises.)
DESENJUAR-SE Tomar a primeira refeição do dia. (Os homens vão desenjuar-se e depois começam a trabalhar.)
CAGARRACHO Pequeno. (É um cagarracho. Não sai ao pai, que é um homenzarrão.)
BUSÕES Superstições. Crenças sem base. (Dizem que faz mal ir à horta em certo dia da Páscoa. Acho que isso são busões.)
SEDE A sede do Grupo Desportivo e Recreativo Os Esparteiros. (Quando ele era novo não perdia nenhum baile na Sede.)
CASEIRÃO - Casarão. (Ele vive só num casarão onde já moraram quinze pessoas.)
S. TOMÉ Em tempos os mortos eram transportados em Mouriscas numa carreta de tracção humana. Foi usada a primeira vez no funeral de Tomé de Matos Paulo, da Bica. Por isso, lhe puseram o nome de S. Tomé.
João Manuel Maia Alves
PANTAR Pôr. (No meu tempo trabalhava-se desde que o sol nascia até que se pantava.)
FULESTRIA Proeza. Usa-se ironicamente, isto é para diminuir o valor do que alguém fez ou conseguiu. (Que grande fulestria ele ter comprado a pronto aquela casa grande! O pai deixou-o cheio de dinheiro.)
MAL DE CANGA, PIOR DE ARADO Indica que uma situação não é melhor que outra anterior. (Estava mal sozinha. Em casa dos filhos a doença piorou. Mal de canga, pior de arado.)
BOTICA Farmácia, medicamento. Estes significados estão hoje esquecidos. (Ele tem andado a tomar botica para a doença. Comprei na botica um remédio para a tosse.)
GALHOUFEIRO Uso semelhante ao de galhardo em frases em que se comenta uma situação cómica ou crítica. (O carro está atolado e ninguém o consegue puxar. Ela está galhoufeira!)
LAMBÃO, LAMBOEIRA Preguiçoso. Preguiça. (Nunca fez nada. É um lambão. Em vez de cuidar das fazendas que lhe deixaram entregou-se à lamboeira.)
LANZEIRA Preguiça. (Estou com uma lanzeira tão grande que nem me apetece levantar-me.)
JUM Jejum. (Tenho que ir em jum fazer umas análises.)
DESENJUAR-SE Tomar a primeira refeição do dia. (Os homens vão desenjuar-se e depois começam a trabalhar.)
CAGARRACHO Pequeno. (É um cagarracho. Não sai ao pai, que é um homenzarrão.)
BUSÕES Superstições. Crenças sem base. (Dizem que faz mal ir à horta em certo dia da Páscoa. Acho que isso são busões.)
SEDE A sede do Grupo Desportivo e Recreativo Os Esparteiros. (Quando ele era novo não perdia nenhum baile na Sede.)
CASEIRÃO - Casarão. (Ele vive só num casarão onde já moraram quinze pessoas.)
S. TOMÉ Em tempos os mortos eram transportados em Mouriscas numa carreta de tracção humana. Foi usada a primeira vez no funeral de Tomé de Matos Paulo, da Bica. Por isso, lhe puseram o nome de S. Tomé.
João Manuel Maia Alves