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MOURISCAS - TERRAS E GENTES

Criado em 2004 para falar de Mouriscas e das suas gentes. Muitos artigos foram transferidos doutro espaço. Podem ter desaparecido parágrafos ou espaços entre palavras, mas, em geral, os conteúdos serão legíveis e compreensíveis.

MOURISCAS - TERRAS E GENTES

Criado em 2004 para falar de Mouriscas e das suas gentes. Muitos artigos foram transferidos doutro espaço. Podem ter desaparecido parágrafos ou espaços entre palavras, mas, em geral, os conteúdos serão legíveis e compreensíveis.

Antroponíma mourisquense (6)

13.09.05 | João Manuel Maia Alves
(Continuação)

Total de nascimentos/baptizados, de crianças do sexo masculino e sexo feminino, registados, na freguesia de Mouriscas entre os anos de 1860 e 1910, por anos:

Nota: o número seguido de * corresponde aos baptizados do sexo feminino.

1860: 66(33,33*);

1861: 74(39, 35*); 1862: 68(38, 30*); 1863: 56(25,31*); 1864: 68 (32, 36*); 1865: 61 (30, 31*); 1866: 47 (18,29*); 1867: 71 (37,34*); 1868: 53 (23,30*); 1869: 41 (24,17*); 1870: 43(21, 22*)

1871: 55 (28, 27*); 1872: 65 (34,31*); 1873: 47 (23, 24*); 1874: 62 (32,30*); 1875: 45(31, 14*); 1876: 54 (21,33*); 1877: 59 (33, 26*); 1878: 61 (33, 28*); 1879: 58 (30, 28*); 1880: 67 (32, 35*);

1881: 71 (34, 37*); 1882: 60 (35, 25*); 1883: 72 (45, 27*); 1884: 69 (33, 36*); 1885: 67(33, 34*); 1886: 71 (40, 31*); 1887: 72 (39, 33*); 1888: 86 (47, 39*); 1889: 86 (46, 40*); 1890: 81 (36, 45*);

1891: 70 (26, 44*); 1892: 84 (40, 44*); 1893: 93 (51, 42*); 1894: 84 (45, 39*); 1895: 94 (45, 39*); 1896: 75 (36, 39*); 1897: 123(66, 57*); 1898: 93 (48, 45*); 1899: 94 (59, 35*); 1900: 79 (45, 34*);

1901: 102 (46, 56*); 1902: 100 (49, 51*); 1903: 105 (54, 51*); 1904: 84 (45, 39*); 1905: 108 (46, 72*); 1906: 112 (45, 67*); 1907: 107 (53, 54*); 1908: 118(64, 54*); 1909: 89 (43, 46*); 1910: 112 (72, 40*).

Mostram-nos este números, apresentados por décadas, ser a década de 1871 aquela que apresenta o menor número de baptizados, com um mínimo de 45 em 1875 e um máximo de 67 em 1880. Nesta década, constata-se ter havido mais registos/baptismos de rapazes, em todos os anos, excepto em 1873, 1876 e 1880 em que predominam as raparigas. Ao maiores desequilíbrios entre sexos verifica-se em 1875, 31 do sexo masculino conta 14 do sexo feminino e em 1876, em que se registaram 21 contra 33.

Nas décadas seguintes, 1881 e 1891, continuamos a verificar um maior número de registos/baptismos de crianças do sexo masculino do que do sexo oposto. As maiores discrepâncias entre os dois sexos constata-se nos anos1883(45, 27) e 1899(59,35)

Finalmente, na década 1901, a situação inverteu-se, constatando-se um maior número de registos/baptismos de crianças do sexo feminino: seis anos contra quatro. São mais relevantes os anos de 1905(46, 72) e 1906(45, 67).

Dando de seguida relevo ao número de nascimentos/baptizados, de crianças do sexo masculino e sexo feminino, registados, na freguesia de Mouriscas entre os anos de 1860 e 1910, por ordem decrescente, e por escalões, temos:

125-101

123(66, 57*):1897; 118(64, 54*):1908; 112 (45, 67*):1906; 112 (72, 40*):1910; 108 (46, 72*):1905; 107 (53, 54*):1907; 105 (54, 51*):1903; 102 (46, 56*):1891;

100-76

100 (49, 51*):1902; 94 (45, 39*):1895; 94 (59, 35*):1899; 93 (51, 42*):1893; 93 (48, 45*):1898; 89 (43, 46*):1909; 86 (47, 39*):1888; 86 (46, 40*):1889; 84 (40, 44*):1892; 84 (45, 39*):1894; 84 (45, 39*):1904; 81 (36, 45*):1890; 79 (45, 34*):1900;

75-51

75 (36, 39*):1896; 74 (39, 35*):1861; 72 (45, 27*):1883; 72 (39, 33*):1887; 71 (37,34*):1867; 71 (34, 37*):1881;71 (40, 31*):1886; 70 (26, 44*):1891; 69 (33, 36*):1884; 68 (38, 30*):1862; 68 (32, 36*):1864; 67 (32, 35*):1880; 67 (33, 34*):1885; 66 (33,33*): 1860; 65 (34,31*):1872; 62 (32,30*):1874; 61 (30, 31*):1865; 61 (33, 28*):1878; 60 (35, 25*):1882; 59 (33, 26*):1877; 58 (30, 28*):1879; 56 (25,31*):1863; 55 (28,27*):1871; 54 (21,33*):1876; 53 (23, 30*):1868;

menos de 50

47 (23, 24*):1873; 47 (18,29*):1866; 45 (31, 14*):1875; 43 (21, 22*):1870; 41 (24,17*):1869.

Uma breve análise sobre o número de nascimentos/baptizados, de crianças do sexo masculino e sexo feminino, registados, na freguesia de Mouriscas entre os anos de 1860 e 1910 mostra significativas variações de ano para ano, que oscilam entre os 123, o máximo, em 1897 e 41 no ano de 1869, o mínimo.

De salientar que o número de nascimentos/baptizados superior a 100, surgiu depois 1891 e, especialmente, na primeira década do século XX, verificando-se um significativo aumento, depois de 1880. Este aumento demográfico deveu-se a vários factores:

- Níveis mais elevados das taxas de natalidade e menores percentagens da mortalidade infantil, verificados no Ribatejo a partir dos meados do século XIX;

- Melhoria das condições de vida da população: melhores transportes, desenvolvimento da agricultura, subida dos preços dos produtos agrícolas, aumento do poder de compra, ... .

(Continua)

Autor do artigo: Carlos Lopes Bento

Gente que veio de fora

06.09.05 | João Manuel Maia Alves
Quem consultar os registos paroquiais verifica que muitos homens vieram de fora da terra casar com raparigas das Mouriscas. As suas origens eram fundamentalmente da freguesia de Alcaravela, Presa, Entre Vinhas, etc. Foi os caso dos Lourenços que deram origem aos Lourenço Grossinho, aos Lourenço Coelho, aos Lourenço Maricas, dos Maya (escreveu-se assim), dos Lopes Maia e Lopes Maia Pita, etc. Também houve um Nepomuceno que veio de Campo Maior e tinha origem espanhola. Mas o caso mais intrigante foi o casal Pedro Pelayo – Anna Maria Monteiro Gonçalves. Reza assim o registo da sua filha Mariana:

Mariana, a primeira deste nome, do primeiro matrimónio e filha legitima de Pedro Pelayo Hespanhol, natural da Villa de Benavides da Hespanha, freguesia de S. Cláudio, Arcyprestado de Benavente, Bispado de Oviedo e de Anna Maria Monteiro Gonçalves, natural da cidade de Sevilha, freguesia de Santa Martha, Byspado da Andaluzia, nepta via paterna de Caetano Pelayo e de Lourença Gonçalves da Villa de Benavides e via materna de José Monteiro Hespanhol e de Benedicta Sobral ambos da cidade de Sevilha: nasceo no dia vinte e cinco de Dezembro de mil oitocentos e quarenta e cinco e foi baptizada solenemente no dia vinte e nove do mesmo mês e anno pelo Reverendo Padre José Dias de Telles Carvalho, residente no Sardoal por licença que lhe deu o Reverendo Parocho da Freguesia. Forão padrinhos Francisco Gomes e Mariana de Mattos, ambos do Cazal da Egreja desta freguesia de S. Sebastião do logar das Mouriscas, concelho e Arciprestrado de Abrantes, Byspado de Castelo Branco. Forão testemunhas Manoel Ferreira Sacristão e João Ferreira ambos do Cazal da Egreja desta freguesia de S. Sebastião do lugar das Mouriscas, concelho e Arciprestrado de Abrantes, Byspado de Castelo Branco e para constar fiz este termo, anno, dia e mês supra.
O Parocho Vicente Mendes Mirrado
As testemunhas Manuel Ferreira
João + Ferreira

Quem seriam estas pessoas vindas de Espanha ? Por que razão estavam nas Mouriscas e fizeram o baptizado com um padre do Sardoal? Consultados os registos, Pedro Pelayo não teve netos nas Mouriscas, pelo que esta família terá deixado de ai viver.


Artigo de Augusto Maia Alves