António Marques Esparteiro, dicionarista mourisquense
De muita coisa se pode gabar Mouriscas, até de ter visto nascer um autor de dicionários. O dicionarista foi o Comandante António Marques Esparteiro, nascido em 1898, nos Engarnais Cimeiros, em Mouriscas, e falecido em 1976. Os seus dicionários constam de termos de Marinharia.
Neste artigo falaremos um pouco dos dicionários. Um outro será reservado a notas biográficas do Comandante António Marques Esparteiro e de sua ilustre família.
No já longínquo ano de 1936, o então Primeiro-Tenente António Marques Esparteiro publicou o Dicionário Ilustrado de Marinharia. De realçar que a obra foi prefaciada pelo grande linguista que foi o Prof. Leite de Vasconcelos.
O anterior dicionário dedicado à Marinharia tinha sido editado em 1855 e intitulava-se Novo Dicionário da Marinha de Guerra e Mercante. Foi seu autor António Gregório de Freitas.
Em 1943 surgiu a segunda edição do dicionário do ilustre mourisquense, na altura Capitão-Tenente. Vemos aqui a capa dessa edição..
Em 1962 o então Comandante Marques Esparteiro publicou um trabalho muito mais completo e atualizado que o anterior, tendo então triplicado as respetivas entradas. Foi o Dicionário Ilustrado de Marinha.
Entretanto os anos passaram, a obra esgotou, muita coisa se alterou e a Marinha, nos finais dos anos 90, entendeu que seria conveniente publicar uma nova edição do dicionário, obrigatoriamente revista e atualizada.
A revisão e atualização foram efetuadas pelo Comandante Martins e Silva, grande autoridade no domínio da Marinharia. A nova versão do dicionário, com 594 páginas, surgiu em finais de 2001. Vemos aqui a capa.
Em conjunto com o editor - a Clássica Editora - foi acordado que se alteraria apenas o que manifestamente tivesse de ser atualizado e seriam corrigidas as inevitáveis gralhas que tivessem escapado à revisão.
O comandante Esparteiro foi casado com uma inglesa, facto muito comentado noutros tempos pelos mourisquenses, que não a entendiam e que, com certeza, estranhariam o seu aspeto numa terra de rústicos rostos morenos. Até que ponto este casamento terá contribuído para a existência e para a redação destas duas últimas obras?
Na redação deste artigo socorremo-nos da Revista da Armada de Janeiro de 2002 e de informação encontrada na Internet.